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O M&A do colágeno: Darling Ingredients compra brasileira Gelnex por R$ 6,4 bilhõesEste trecho é p





A americana Darling Ingredients acaba de fechar a aquisição da brasileira Gelnex por US$ 1,2 bilhão – equivalente a R$ 6,4 bilhões no câmbio atual - que serão pagos em dinheiro. É a maior transação de consumo no país este ano, amarrada por Santander na ponta vendedora e Morgan Stanley pela compradora.


As duas gigantes são pouco conhecidas pelos consumidores, ainda que a maioria possivelmente já tenha consumido algum de seus produtos usados como insumos para as indústrias alimentícia, farmacêutica e cosmética.


A Gelnex é uma das maiores fabricantes globais de gelatina e peptídeos de colágeno, com quatro fábricas no Brasil, uma no Paraguai e outra nos Estados Unidos, e exportação para mais de 60 países – ingredientes usados em suplementos, barras de cereais, bebidas lácteas, balas, comprimidos e produtos de beleza. Fundada na catarinense Itá, tem capacidade para quase 50 mil toneladas/ano de colágeno.


No processo competitivo, a texana Darling desbancou as propostas de fundos de private equity internacionais e das gigantes de proteína - inclusive JBS e Marfrig, apurou o Pipeline. A relevância da matéria-prima da Gelnex, que são subprodutos de porco e boi, justifica o interesse das companhias de proteína, que viam elevada sinergia na operação.


A JBS começou a apostar no segmento este ano. Em agosto, anunciou um investimento de R$ 400 milhões em sua recém-criada Genu-In, com ambições de disputar mercado com a Rousselot, marca da Darling, e com a alemã Gelita. A Marfrig não faz uso desses subprodutos de pele suína e couro bovino, só vende - o que a levou a cogitar uma transação.


O negócio também acabou atraindo fundos internacionais pelo porte, já que não é tão comum alternativas de M&A no país com cheques acima de bilhão de dólares. A Gelnex era até agora controlada por três empresas de participações, a Gel Holdings, Ibo Participações e Itá Investors, representadas pelo grupo de diretores mas detidas por um empresário local.


A Darling atua também em outros segmentos, transformando subprodutos comestíveis e resíduos de alimentos em produtos sustentáveis e em energia renovável. É uma gigante com 250 fábricas em 17 países e reaproveita quase 15% dos resíduos da indústria de carnes do mundo em produtos como energia verde, diesel renovável, colágeno, fertilizantes e rações.


Essa é a segunda aquisição da texana no Brasil só neste ano, mercado considerado estratégico pelo CEO e chairman, Randall Stuewe. Em maio, a companhia anunciou a compra do grupo Fasa por R$ 2,8 bilhões (US$ 542,6 milhões na data) também em dinheiro.


“O Brasil vai ter um papel relevante na alimentação da crescente população mundial, o que o torna um local privilegiado para nosso negócio de ingredientes especiais”, disse no início do ano. Desta vez, Stuewe reforçou a aposta na demanda específica de colágeno. "Dado o forte crescimento global de demanda em produtos de saúde e nutrição, acreditamos que o mercado de peptídeos de colágeno deve dobrar em cinco anos", disse em nota.


Listada em bolsa americana, a Darling é avaliada em US$ 12,3 bilhões (cerca de R$ 65 bilhões). A proclamada sustentabilidade no negócio da empresa tem se refletido nos papéis: a ação saltou 340% em cinco anos. No ano, sobe 10%, ante queda de 23% do S&P500 e de 17% do Dow Jones.


O fechamento do negócio deve acontecer no início do ano que vem, após aprovações regulatórias.


Leia mais em Pipeline.


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